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Alan Patrick conduz a bola com estilo em jogo noturno.
Alan Patrick comenda o meio-campo e dita o ritmo do Internacional. Foto: Ricardo Duarte/SC Internacional

O Internacional é o favorito para Gre-Nal 441, domingo no Beira-Rio. Tem o mesmo time que venceu o Grêmio de Luís Suárez e foi semifinalista da Libertadores da América e ainda o acréscimo de uma novidade. Bruno Henrique é um dos melhores jogadores do time nesta arrancada do Gauchão, marca, arma, tem ótimo passe curto e longo e ainda marca gols. Jonnhy era ótimo volante, mas não tão completo embora possa ascender na Europa pelo Betis. Todo grande time tem pelo menos um craque, uma referência. O Inter tem dois: Enner Valencia e Alan Patrick. O atacante equatoriano está cada vez melhor com gols, força , velocidade e visão de jogo. O meia, legítimo camisa 10, é um jogador raro que está melhor fisicamente no ínício desta temporada. Gira pelo campo, tem dribles, antevê o jogo, cria situações de gol e marca os seus. No meio-campo e no ataque do Inter ninguém quebra a bola, como se diz. Tem a velocidade do Wanderson, que com Eduardo Coudet, recompõe na marcação e está mais objetivo para fazer gols, inclusive de cabeça. O Inter ainda terá a energia de Maurício que no Beira-Rio cresce. Basta lembrar o que ele fez contra o Flamengo no ano passado, quando entrou e fez dois gols. O chileno Charles Aranguiz é uma espécie de afinador das cordas de uma orquestra que joga por música, com tamanho entrosamento para construir um jogo propositivo de linhas altas, tabelas e muitas situações de gol. Existem pelo menos duas dúvidas. O goleiro uruguaio Sergio Rochet se recupera de uma lesão nas costelas. Se for arriscado jogar, Anthony é jovem mas não parece ser um jogador inseguro. Pelo contrário, ele ataca a bola até por um excesso de confiança, o que muitas vezes pode ser um problema por precipitação. Mas nada que deva comprometer, acredito. O zagueiro argentino Mercado sentiu uma pancada na vitória sobre o Novo Hamburgo num péssimo gramado. Vai ser testado e Robert Renan pode substituir em ótimo nível na defesa.

Tantos elogios podem parecer que o Inter é espetacular, vai ser campeão de tudo. Calma. Não é isso. Ao mesmo tempo que fico encantado de ver o Inter jogar, mesmo levando em conta o nível de precariedade do Campeonato Gaúcho, o time tem um problema que pode colocar todo este favoritismo por água abaixo. O furo está nas laterais. Apesar de Fabricio Bustos viver uma fase elogiável por seu empenho e qualidade do seu jogo, principalmente no ataque, ainda tenho um pé atrás. Preciso esperar mais para me convencer de que ele pode ser um bom marcador seja contra Nathan Fernandes ou o endiabrado Gustavo Nunes. Foi num Gre-Nal no Beira-Rio que Elias Manoel e Bitello atropelaram o Inter no jogo de ida da semifinal do Gauchão de 2022. A lateral esquerda do Internacional tem um jogador esforçado, mas que no histórico costuma entregar na marcação. Renê, muitas vezes, se vale de uma jogada pelo meio ou um cruzamento no ataque, para ganhar créditos no time. Só que quando há bola nas costas, a necessidade de cobertura, o mano a mano com atacantes velozes, ele compromete. O Grêmio terá pelo setor, Cristian Pavón em contra-ataques. É um terreno fértil para o técnico Renato Portaluppi explorar. Agora, se o Inter conseguir manter a posse de bola, a pressão alta e for efetivo na frente com um um ou dois gols de vantagem, como já fez com outros adversários mais fracos, o favoritismo deve predominar.


Gustavo Nunes faz careta abanando as mãos nas orelhas e mostra a língua para comemorar gol imitando Neymar
A La Neymar: Gustavo Gomes comemora o primeiro gol dele pelo Grêmio imitando ídolo na comemoração. Foto: Lucas Uebel/Grêmio

     A vitória do Grêmio por 6 a 2 contra o Santa Cruz na Arena não só garantiu a classificação para as quartas de final do Gauchão. O time comandado por Renato Portaluppi revelou 4 consequências importantes para o Gre-Nal do próximo domingo. A primeira é a atuação de Gustavo Nunes, que marcou seu primeiro gol como profissional, e se credenciou para o clássico.

      A segunda é a melhora significativa no time com as entradas de Du Queiroz e Cristian Pavón, este último com gols e assistências e uma atuação destacada. Ou seja, dois jogadores que se escalaram para o jogo no Beira-Rio.     

A terceira consequência é quase uma certeza, apesar de ainda haver mistério e dúvida para o Gre-Nal, do atacante Diego Costa. Foi depois do jogo, na entrevista coletiva, que o técnico Renato revelou que o jogador pediu pelo menos 15 dias de preparo para estar em ritmo de jogo. Eu acredito que ele deve ficar no mínimo no banco se não houver risco de lesão. Aí poderá entrar no jogo. 

     O meio-campo pode ser reforçado com 4 jogadores com o acréscimo de Du Queiroz e talvez nem precise de centroavante para começar o jogo com Pavón e Gustavinho movediços no ataque. Conhecendo Renato, ninguém duvida que JP Galvão ou André Henrique comecem o jogo, embora o time mais reforçado no meio seja uma escolha mais sensata.

      A quarta é uma realidade assustadora. A zaga e o sistema de marcação do Grêmio são motivos de pânico de torcedores, que viram o pior time do Gauchão marcar dois gols e levar o jogo para o intervalo num empate constrangedor. Geromel e Kannemann ainda têm mentalmente muita personalidade, mas fisicamente estão lentos e começam a dar sinais de desgaste que comprometem a técnica de ambos. Não adianta pensar, saber jogar se o corpo não acompanha, ainda mais vindo de períodos de lesão.      

A formação do meio do primeiro tempo contra o Santa Cruz marca mal, o que pode ser corrigido, mas os laterais também são frágeis na marcação e o goleiro Marchesín, que vinha tão bem, teve a pior atuação dele à véspera de um jogo tão importante. 




Villasanti do Grêmio foi parar no hospital, após ser atingido por uma pedra jogada por torcedores do Internacional

A rivalidade entre clubes de futebol não pode jamais extrapolar o campo esportivo. Senão, o jogo vira guerra, vira selvageria. É o que se vê ao longo da história das disputas esportivas, principalmente o futebol, por ser tão popular em diversos continentes. No Brasil, nos últimos dias, foram registrados casos de violência injustificáveis. Torcedores do Bahia jogaram uma bomba contra um ônibus do próprio clube, torcedores do Internacional apedrejaram o ônibus do Grêmio e torcedores do Paraná Clube entraram em campo para agredir jogadores do Paraná que havia sido rebaixado no Campeonato Paranaense.

Bahia precisa punir organizadas


O caso do Bahia é o mais complicado porque só existe punição cabível para os torcedores já que o clube deles já foi prejudicado, inclusive com o goleiro Danilo Fernandes atingido no rosto e sendo hospitalizado. Poderia ter ficado cego. Como, neste caso, existe uma torcida organizada por três, o clube, mesmo vítima, deveria ser obrigado pela justiça em um prazo determinado a apresentar um plano para banir as organizadas do Bahia de qualquer evento esportivo do clube por um prazo de 10 anos.

Após este período, se não houvesse mais nenhum ataque, briga ou confusão envolvendo torcedores do Bahia, inclusive fora das imediações do jogo, mas por motivo do futebol, seria restabelecido um novo plano de organização de torcidas. Afinal, existe um lado bonito dos cantos, das danças destas torcidas. Mas também não poderiam incentivar cantos homofóbicos, preconceituosos e de ofensa aos chamados "rivais". Acredito, que nunca mais existiria torcida organizada porque não conseguem se controlar. Mas entendo que não pode ser uma condenação perpétua, é preciso dar uma oportunidade para que os bons torcedores possam fazer uma bonita festa nos estádios.

Vergonha do Gre-Nal


O clássico Gre-Nal tem sido mais motivo de vergonha do que orgulho para os gaúchos. Os jogos chegaram a um nível de rivalidade quase imoral, algo tão desastroso que é capaz de existir uma sombra de ódio em grupos de WhatsApp, Redes Sociais que contaminam o campo e os gabinetes dos clubes. É comum que os dois times tenham até medo de escalar o melhor time do ponto de vista ofensivo porque pior que não ganhar é perder para o inimigo. É um clima tão hostil que qualquer palavra é encarada como uma pedra tão pesada como a que atingiu o jogador Villasanti do Grêmio.


O Grêmio foi a vítima da vez porque seus jogadores foram agredidos por um atentado à morte, um ataque homicida, crime grave que deve ter uma punição pesada aos agressores. O Internacional, por sua vez, foi infeliz nas declarações do presidente Alessandro Barcellos e na nota oficial, após a remarcação do jogo para o dia 9 de março. Não tem como pensar em isonomia e em desequilíbrio técnico. Foi um episódio de torcedores que acabaram com o jogo ao atirar uma enorme pedra e uma barra de ferro contra o ônibus do Grêmio. Poderia ter sido por outro motivo como a pandemia, por exemplo, e não teria o que fazer. Zerar cartões, impedir que jogadores se recuperam a tempo de jogar é circunstancial.

Na verdade, a dupla Gre-Nal deveria disputar o clássico do dia 9 de março sem público. E assim deveria ser o CaJu e qualquer jogo onde houvesse confronto de torcidas dento do estádio ou nas cercanias do campo de jogo. Se os torcedores do Inter não eram sócios ou não estavam dentro do pátio do Beira-Rio para mim pouco importa. A principal punição é prender os criminosos, mas é preciso ameaçar com punição dura também os clubes para que os torcedores violentos parem. Eles são centenas, milhares. Prende dois e tem outros cem, duzentos querendo brigar e agredir.

Brigada Militar falhou

A Brigada Militar falhou porque não conseguiu impedir que uma pedra e uma barra de ferro fossem arremessadas. Francamente, não tem como um grupo de policiais armados e bem equipados em motocicletas não conseguirem inibir este tipo de atitude. Ônibus de clubes e de torcidas precisam de segurança e escolta.

Se os clubes fosse responsabilizados por atos de seus torcedores em suas redondezas, certamente iriam se equipar melhor, cobrar com maior força da Brigada Militar. No fundo, o Estado não quer fazer a segurança nos jogos pelo alto custo, quando a cidade tem outras áreas de risco para serem protegidas. O Grêmio no desespero para não cair permitiu que as torcidas organizadas entrassem na Arena no ano passado após terem sido ameaçados no CT e os torcedores invadiram o campo depois para quebrar a cabine do VAR.


O Mundo Esportivo Contra a Guerra na Ucrânia

A FIFA condenou a Rússia que não poderá jogar no dia 24 de março contra a Polônia pelas Eliminatórias da Copa do Mundo em São Petesburgo. COI já barrou os russos de eventos olímpicos internacionais. A FIA também promete sanções aos pilotos russos. O esporte entra numa batalha contra a violência e a guerra estúpida desencadeada por Vladimir Putin. O esporte deve ser sempre uma disputa de campo, um jogo e uma bandeira branca contra a guerras, batalhas e violência. É só um jogo para competir, se divertir, até para perder porque não tem como todos ganharem. Mas, quando prevalece a guerra e a violência, todos perdem.



VILLARREAL X REAL SOCIEDAD, AO VIVO, ONDE ASSISTIR #futebolaovivo

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